segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A viagem em números

Dias = 12
Km's totais = 7662km
Litros de gasolina = 458,74
Consumo médio total = 5,99 (7662km / 458,74l)
- Na viagem de ída = 5,92 (1972km / 116,81l)
- Nos Alpes = 6,14 (3010km / 184,70l)
- Na viagem de regresso com Pirinéus incluídos = 5,87 (2680km / 157,23l)

Valor total gasto em portagens = 206,93€
Valor gasto em gasolina = 685,28€


Fotos disponíveis em:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.2220650248398.121875.1611947802&l=5214c79040&type=1

domingo, 18 de setembro de 2011

Dia 12 - Biarritz / Lisboa - 1026km

O ultimo dia da viagem começou com o céu bastante nublado o que me garantia uma primeira parte da viagem fresca e provavelmente húmida, mas nada fazia prever a bátega de água que caiu sobre mim no País Basco.
A quantidade de chuva era tal que a auto-estrada tinha zonas em que fazia aquaplaning. Foi também no meio destes baldes de água que caiam do céu que falhei a saída para a auto-estrada grátis até Vitória. Falhei não, a verdade é que nem sequer vi a saída!
Ao chegar a Burgos já o sol brilhava, a roupa estava seca e a temperatura finalmente subiu dos 15º.
Um cafézinho na Covilhã em óptima companhia - obrigado Sérgio e a Cristina :) - abriu as portas para o derradeiro troço da viagem que me trouxe até casa no meio de algum vento.
E foi assim que acabou uma semana e meia de férias com a "barriguinha cheia" de muitas curvas, altos e baixos q.b. e paisagens fabulosas!!!

sábado, 17 de setembro de 2011

Dia 11 - Carcassonne / Biarritz - 574km

Algum dia o meu corpo havia de me dizer que estava cansado... foi hoje que "não ouvi o despertador". Felizmente acordei ainda a uma hora decente (9:20) e deu para ir dar um passeio à Citè!
Moto atestada e, como o tempo não estava grande coisa, segui pela AE durante 180km até St. Gaudens onde virei para Sul em direcção aos Pirinéus, não que sem antes a moto terminasse a rodagem... :) Os primeiros 100.000km dela já foram!
A primeira passagem de montanha das cinco que tinha "agendadas" para hoje foi a única que se veio a revelar agradável. De tal forma agradável que aproveitei para descansar um pouco e aproveitar o sol na esplanada do topo do Peyresourde.
Após a descida a Arreau, comecei logo uma subida curta ao Col d'Aspin até que a cerca de 3km do topo deste, fiquei no meio do nevoeiro para só dele sair na chegada ao topo do Tourmalet. Foram quase 40km à procura da estrada e com o cuidado suficiente para passar pelos ciclistas e não atropelar nenhuma ovelha, cabra, vaca ou cavalo que pastavam à beira da estrada.
Com a aberta que tive no nevoeiro ao chegar ao topo do Tourmalet (o único com altitude superior a 2000m) deu para apreciar a vista e... verificar que do outro lado estava igual...
Igual pensava eu, pois esperava-me ainda pior e na subida ao Col de Soulor, ao nevoeiro juntou-se a chuva.
Faltava-me ainda o Col d'Aubisque e o tempo sempre a piorar... E o que é que se pode juntar a chuva e nevoeiro para alegrar a festa? Uma estrada em que não cabem dois carros, em péssimo estado de conservação, mal sinalizada, sem protecções, com uns precipícios a pique - pelo pouco que dava para ver - e um sinal de velocidade máxima 25km/h... Juntam-se estes ingredientes todos e confirma-se que estava guardada para o fim a mais complicada de todas as subidas que fiz nesta semana e meia!!!
Depois disso foram mais 150km debaixo de água, outra coisa que felizmente só apareceu mesmo no fim das férias!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dia 10 - Ortisei / Carcassonne - 1148km

Como o dia de hoje era mais um daqueles de "papar alcatrão", aproveitei os cerca de 30km iniciais - antes de entrar nas auto-estradas - o melhor que consegui. Afinal, este era mesmo o fim dos fins dos Alpes.
Desde que entrei na AE perto de Bolzano foi sempre a andar até ao destino, tendo parado apenas as vezes necessárias para atestar a moto. Bastante sol e temperaturas agradáveis, conjugados com os 152 túneis (se entretanto não perdi nenhum pelo caminho) tornaram a viagem menos monótona!
E foi já ao início da noite que cheguei a Carcassonne. O misticismo que envolve esta cidade medieval faz com que seja - a par com o Mont-Saint-Michel - um local em França onde não me canso de parar e visitar de todas as vezes que passo por perto!!!

Dia 9 - Kitzbühel / Ortisei - 365km

Apesar de ter o despertador para as 7:45, eram 7:07 estava eu acordado ... Não sei se foi da emoção do Grossglockner se o querer aproveitar ao máximo o meu ultimo dia nos Alpes, mas já que estava acordado então o melhor é arranjar as trouxas, comer o pequeno almoço e abalar!
Os cerca de 70km a que estava da entrada do parque foram feitos debaixo de nuvens espessas mas sempre com aquela esperança de que iria melhorar. Logo depois da portagem da entrada no parque começa uma forte subida que de imediato me transportou para um universo de imaginação. Nada disso que estão a pensar, era um universo de imaginação porque eu tinha de estar a tentar imaginar onde estaria a estrada... O nevoeiro era tal que por vezes a visibilidade não era superior a uns 15 ou 20 metros!
Menos de 1km antes de chegar ao desvio para o Bikers Nest finalmente o nevoeiro terminou e surgiu um céu azul e o sol a brilhar! Espectáculo, nem de propósito!
Fiz então a subida para o ponto mais alto por estrada da Áustria e, ao chegar lá acima, o que saltava à vista de todos eram os 17 Mercedes SLR (quatro deles eram o 722!) e não a paisagem ou o número de motos - que me pareceu bem reduzido, certamente não eram mais de 20...
A imagem que se tem lá de cima com as condições de tempo que apanhei dão a ideia que estamos a andar de avião com as nuvens a parecerem algodão. Infelizmente, como as nuvens subiam ao longo das paredes das montanhas à volta, não era possível visualizar a grande maioria dos mais de trinta picos superiores a 3000m de altitude, como num dia de céu completamente limpo.
Parando em todos os pontos de interesse do parque daí em diante, lá me fui dirigindo para mirador Franz Josefs onde se tem uma estupenda vista para o glaciar e para o Grossglockner, a maior montanha da Áustria e um dos pontos mais altos da Europa com quase 3800m de altitude.
Foi ainda no caminho para o mirador que me deparei com um sinal de estrada que, admito, nunca tinha visto. Um sinal de perigo de animais na estrada, mas neste caso os animais eram... marmotas!!!
Já no mirador, a vista para o glaciar é fantástica! Pena mesmo foi não ter conseguido ver o topo das montanhas à volta.
Depois de passar mais de 4 horas nestes 48km de estrada, estava na hora de seguir para Sul. Pelo caminho, uma queda de água e várias vilas típicas, para além da paisagem de um interior formado por vales ladeados por montanhas, iam-me fazendo pensar que este é - tal como a Suíça - um país a voltar a visitar em breve!
Com a entrada em Itália apareceram os Dolomitas, uma espécie diferente de montanhas nos Alpes. No caminho passei por Cortina d'Ampezzo, uma vila de ski no sopé destes montes e daí subi ao Passo Giau, considerado o melhor ponto para ver os Dolomitas. Passei também pelos passos Pordoi, Sella e Gardena, tendo assim tido uma imagem mais completa desta fabulosa e abrupta cadeia montanhosa.
Foi com um pôr do sol maravilhoso que me despedi dos Alpes, pois amanhã começa o caminho de volta até à zona dos Pirinéus franceses.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Dia 8 - Meltina / Kitzbühel - 344km

Os primeiros 25km do dia foram feitos por uma fantástica estrada de campo que me levou até Merano pelo meio da serra! Daí segui a Val Passiria até San Leonardo onde a estrada se divide. Virando à esquerda segue-se para a Áustria, virando à direita para o Passo di Giovo.
Primeiro segui pela direita e pelo meio das nuvens até ao cimo do passo onde, infelizmente, pouco se via devido ao nevoeiro. Mas como este era só mais um "cromo para a caderneta", dei meia volta e voltei a San Leonardo para então tomar a estrada para o Timmelsjock (Passo Rombo). Foi então que começou a chuviscar - sem sequer molhar a roupa - até quase ao topo, ou seja, durante quase 30km.
E que melhor entrada na Áustria podia eu ter senão com céu parcialmente limpo e uns enormes bancos de nevoeiro a passar pelo meio das montanhas em redor? Simplesmente lindo!!!
Pouco depois de começar a descida existe uma portagem que serve também de alguma forma como controlo de passagens visto que este passo está sempre fechado à noite (das 20:00 às 07:00).
A estrada que liga a Oetz atravessa umas quantas estancias de ski, enquanto vai descendo o vale paralela a um rio. Esta conjugação de factores torna possíveis algumas imagens de rara beleza!
A partir de Oetz até Wörgl passando por Innsbruck é a estrada que "tem mesmo de ser" pois não existe nenhuma alternativa de ligação entre o Timmelsjock e o Glosglockner pela Áustria.
Mas nem tudo é mau pois torna possível visitar esta bonita cidade cujo centro histórico está reservado a peões. E vale muito a pena deambular pela "Cidade velha"!...
De Wörgl até Kitzbühel a estrada torna-se novamente interessante ao fazer parte integrante de um cenário de campo, ladeada por campos verdes e casas típicas da região do Tirol.
A cidade de destino de hoje é uma agradável surpresa ao juntar o facto de ser uma vila dedicada ao bem-estar, a ter um centro bastante interessante. De alguma forma e com as devidas "proporções geográficas" faz lembrar a zona histórica de Guimarães.

Diariamente vão sendo colocadas fotos em:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.2220650248398.121875.1611947802&l=5214c79040&type=1

Dia 7 - Bever / Meltina(Mölten) - 340km

O dia começou com uma preocupação que aparentemente não passou apenas disso. A moto não chegava a aquecer e de cada vez que acelerava um pouco ela simplesmente "morria"... O problema ficou resolvido (assim espero!) e lá segui viagem em direcção ao Berninapass.
A meio da subida existe uma travessia da linha de comboio onde se tem uma vista fantástica para o glaciar. Para ser tudo perfeito neste quadro só faltou passar o comboio, mas nem sempre se pode ter tudo :)
Pouco depois de começar a descer virei à esquerda em direcção à Forcola de Livigno para entrar nesta zona franca de Itália e aproveitar para pôr gasolina a 1,083€ (sim é verdade não estão a ler mal, é mesmo um euro virgula zero oito três cêntimos o litro). A saída de Livigno de volta à Suíça foi feita por uma bela estrada ao longo do lago que termina na fronteira e numa portagem. Mau, queres ver que os suíços me estão a tentar enganar? Mas não, a portagem tem razão de ser visto que o que liga esta estrada à do Offenpass é um túnel de cerca de 5km de comprimento, de faixa única e que é controlado por um semáforo. Vá lá, pelo menos tem uma razão de ser...
Entrado na estrada do Offenpass - ou como se diz na língua desta zona que é uma mistura de alemão com italiano, Passo dal Fuorno - é como entrar num mundo novo. Estrada larga, com óptimo alcatrão, curvas rápidas e como boa visibilidade e num ápice estamos no topo com mais uma daquelas vistas de cortar a respiração!
Ao final da descida, virando para a direita entra-se na estrada que leva ao Umbrailpass. A meio da subida existe uma zona em que o alcatrão desaparece e dá lugar à terra batida, o que com curvas de cotovelo fechadas é no mínimo emocionante.
Na chegada ao topo torna-se difícil dar atenção a esta passagem de montanha de mais de 2500m de altitude pois é possível avistar-se, já ali ao cimo, o Passo di Stelvio.
O Passo di Stelvio é, muito provavelmente, a passagem de montanha mais conhecida nos Alpes não só pela sua altitude (é umas das 3 ou 4 com mais de 2750m) mas principalmente pela secção de curvas de 180º graus absolutamente fechadas - a subir, de FJR, as curvas prá direita fazem-se em 1ª porque em 2ª não tem força!!! - que tem na sua face virada a Nordeste. No total são 48 as curvas de cotovelo nesta direcção. Mas quem vá para o outro lado, como eu depois fiz, também não se pode ficar a rir pois até Bormio são 40...
Em Bormio virei em direcção ao Passo Gavia e entrei na pior estrada por onde andei nos alpes! Para além de estreita e bastante esburacada na maior parte do percurso, é na descida que existe outro factor de stress. Imaginem curvas sem nenhuma visibilidade, numa estrada em que só cabe um carro, que não tem qualquer tipo de protecções e ainda para ajudar à festa, olhando para o lado não se vê o fundo do penhasco... Maravilha!...
Após este "episódio", apanhei a estrada para Bolzano que é uma estrada normalíssima mas com bastantes curvas, até que a cerca de 40km do destino se entra na subida ao Passo di Mendola.
Quando cheguei ao topo desta passagem de montanha fiquei com uma sensação estranha. A subida era suave e, ao contrário de todas as outras, existem sempre casas até lá acima. Na altura fiquei desiludido e a pensar que a subida a Sintra também podia ser uma passagem de montanha... Mas foi então que comecei a descer em direcção a Bolzano e tudo voltou a ser normal como uma passagem de montanha que se preze, apesar de ser bastante baixa com pouco mais de 1300m de altitude.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dia 6 - Hospental / Bever (St Moritz) - 448km

Após uma noite repleta de chuva e trovoada, lá arranquei com muitas nuvens mas sem chuva em direcção a Andermatt e daí ao Oberalppass pelo meio do nevoeiro. Esta passagem de montanha tem uma característica no mínimo "sui-generis", tem um farol no topo... Sim, leram bem, é mesmo um farol! Deve ser para os barcos voadores :) estes suíços são doidos!!!
Com a descida, começou a aparecer o bom tempo e após a subida ao Lukmanierpass as nuvens desapareceram definitivamente (pelo menos por hoje). No entanto ainda havia algumas partes da estrada molhadas que provocaram um ou dois sustos, mas nada de especial.
A estrada levou-me a Bellinzona e sem entrar nessa cidade segui logo para norte em direcção ao Passo di San Bernardino. Uma sequência engraçada de curvas de cotovelo levam à parte mais alta onde existe um lago - como em tantas outras passagens - e um hospício - idem.
Após finalizar a descida senti-me excluído por não ter gasto 40 francos suíços (cerca de 34€) no selo das AEs. A estrada em que tive de seguir - até Chur - seguia paralela à dos que têm selo, mas parece um caminho de cabras em comparação com a estrada nacional.
O selo parece caro mas dá direito à utilização de AEs e outras vias "especiais" durante um ano, ou seja, para quem seja da Suíça ou de um local perto sai muito barato!
Ao chegar a uma terra chamada Splugen saí dessa estrada e fui a Itália, onde se entra através do Splugenpass. No caminho de regresso parei para comer qualquer coisa num local com uma vista impressionante para o vale glaciar do lado suíço que tem duas sequências de curvas de 180º a segunda delas com vacas a pastar à beira da estrada.
Segui então em direcção a Chur e daí até ao Liechtenstein. Uma curiosidade ao entrar neste país por sul é que a estrada, ainda na Suíça, passa por dentro de uma base militar.
Após ir constatar que não se pode entrar no palácio parei no centro para uma rápida visita (por muito que me esforçasse nunca poderia ser longa porque aquilo tem uma rua e um largo central) e compra de uma ou outra recordação.
O caminho de volta levou-me a uma Chur caótica e onde as motos não furam nem sequer quando os carros estão parados!...
Daí segui o caminho mais rápido para Sankt Moritz através do Julierpass pois o desvio de cerca de 100km e quase 3 horas(!!!)  para ir visitar um dos pequenos países da Europa fez com que chegasse quase de noite. Felizmente foi só quase de noite e assim ainda deu para ver a beleza da zona dos lagos de Silvaplana e St Moritz!

domingo, 11 de setembro de 2011

Dia 5 - Gluringen / Hospental - 322km

O dia do 'Little 8' chegou e mais uma vez acordei antes do despertador como qualquer criança no seu dia de anos, prontinho para ir desembrulhar as "prendas"!
E a primeira prenda do dia foi a subida ao Nufenenpass numa estrada agradável mas sem nada de especial até chegar lá acima onde a vista é simplesmente soberba! Tive de me apressar a aproveitar a vista pois apareceram uma serie de nuvens que, para além de estragarem a visibilidade, trouxeram com elas um frio daqueles que se entranha até aos ossos.
A longa descida através do vale levou-me até Airolo, onde apanhei a estrada para o St. Gothard pass. Nas minhas pesquisas antes de vir para os Alpes, li algo sobre uma antiga estrada até ao topo que era obrigatório fazer. Assim, mal vi a placa branca a dizer "St. Gothard / Val Tremola" não hesitei um segundo e fui para onde ela indicava. Esta subida é daquelas para ficar na memória para sempre graças ao pavimento em pedra e as muuuuitas curvas de 180º. Se querem saber se escorrega, a resposta é SIM na gravilha solta que lá existe... e é um daqueles sítios que se tiver a chover não deve ser lá muito recomendável. Mas que vale a pena, vale!
A descida leva-nos até Hospental onde é necessário escolher virar para Este para o Furkapass ou seguir para Norte para o Sustenpass. Eu segui para Norte através de Andermatt e a descida brutal que existe logo depois desta estância de ski.
A subida para o Susten é bastante rápida e a meio começa-se a ver um pequeno glaciar. Os 200m finais da subida antes da passagem são feitos por dentro de um túnel o que torna estranha esta chegada. E se a subida já tinha sido rápida então a descida... :)
Deste lado (Oeste do Susten) existe um outro glaciar, esse sim com um tamanho respeitável e com locais panorâmicos para belas fotografias!
A longa descida (com curvas perfeitas) vai dar a Meiringer de onde se segue facilmente até Interlaken. Um pouco antes de Meiringer, virando novamente à esquerda - para Sul - dá-se início a outra longa e também esta muito rápida subida para o Grimselpass. Um pouco antes de chegar ao cimo, existem outro hospício, um facto comum na maior parte destas passagens de montanha. Este no entanto chama a atenção por ser diferente. Está situado no meio de um de dois lagos e tem aspecto de ainda maior exclusão que os outros. É arripiante!
A descida abrupta do Grimsel, toda ela feita em curvas de cotovelo, vai dar uma uma terra que apenas tem 2 hotéis e a estação do tradicional comboio do Furka. E é daqui que começa a subida ao Furkapass, que apesar do "nome" que tem, não me pareceu nada de especial. A subida do lado Oeste é feita em estrada boa que passa por (mais) um glaciar. Já o cimo e a descida deixam muito a desejar...
E com isto cheguei de novo a Hospental e ainda eram 15horas. Hummmm deixa cá pensar o que é que eu vou fazer no resto do dia... Já sei, vou fazer novamente os que mais gostei mas agora em sentido contrário!
E os meus favoritos são, sem qualquer duvida o Sustenpass (destacadíssimo) e depois o Grimselpass! Mas para lá chegar ou faço o Fulka que são uns 25km, ou então vou dar a volta por baixo pelo St.Gothard e Nufenen que são mais de 70km... Tá decidido, faz-se novamente a parte de cima do 8 mas agora no sentido dos ponteiros do relógio.

Quanto às fotografias e visto não as conseguir colocar aqui, podem vê-las em:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.2220650248398.121875.1611947802&l=5214c79040&type=1

sábado, 10 de setembro de 2011

Dia 4 - Bramans / Gluringen - 488km

O frio suíço é algo de estranho. Mas já lá vamos...
Os 7º de temperatura que se fazia sentir no vale antes da subida ao Col de L'Iseran chegaram a assustar mas, por estranho que pareça, assim que comecei a subir a temperatura começou gradualmente a subir também. Os cerca de 20km em estrada mais que secundária valeram pela vista e pela passagem de mais um 'monstro' com 2770m - sendo que tudo à volta era mais alto!
Desci então por Val d'Isere, uma bela vila de ski, para apanhar a estrada que me levaria a Itália através do Petit Saint-Bernard. Imediatamente antes de chegar ao topo deste, passei por um Hospício típico das passagens de montanha desta região. Lá de cima, apesar de algumas nuvens foi possível avistar o Monte Branco - o mais alto da Europa com mais de 4800m de altitude.
A descida até chegar à estrada principal que me levou a Aosta foi complicada devido à estrada estar bastante degradada. Mas assim que cheguei à estrada principal tudo mudou e foi só rolar até essa cidade para aí apanhar uma das melhores estradas que já tive o prazer de fazer!
A subida ao Grand Saint-Bernard é feita por uma estrada com alcatrão novo e umas curvas de perder a cabeça (e metade dos avisadores!...). O lago no topo dá-nos as boas-vindas à Suíça e a estrada... passa a ser uma porcaria!
Mas melhora depois de uns quantos quilómetros e é facilmente que se chega a Martigny para daí 'atacar' o Col de la Forclaz.  O inicio da subida desenrola-se pelo meio de vinhas e, sempre por uma estrada larga e boa, facilmente se chega lá acima. Basicamente é uma passagem de montanha sem qualquer motivo para ter a fama que tem...
Voltei a Martigny para apanhar a estrada para Sion, onde apanhei 35º de temperatura! Ainda dizem que a Suíça é um país frio...
Daí até Brig, terra onde começa a subida ao Simplonpass, foi um pulinho. Esta subida tem como principal característica os cerca de 6km seguidos de semi-túnel (a estrada passa por baixo de terra, mas tem constantemente visibilidade para o exterior).
O restante caminho até ao destino do dia foram feitos calmamente por estrada boa e estou agora numa aldeia tipicamente alpina a cerca de 15km do inicio do 'Little 8' (Nufenen, St Gothard, Susten, Grimsel e Furka) que é o objectivo para amanhã!

Dia 3 - Guillestre / Bramans - 384km

O dia de hoje foi dedicado ao Tour de France nos Alpes, senão vejam...
Tudo começou pelo Col d'Izoard, ao qual se chega após passar um bonito vale arborizado e uma zona, já na parte final da subida, com aspecto dantesco devido às constantes derrocadas.
Daí foi, após passar Briançon, seguir bem depressa em direcção ao Col de Lautaret que nem parece uma passagem de montanha mas sim a ante-câmara para a subida bem íngreme até ao Col du Galibier com os seus 2645m de altitude.
Aproveitei o cenário fabuloso que me rodeava, para trincar qualquer coisa pois já tinha o estômago a começar a dar horas...
Voltei então ao Lautaret e comecei a descer, com um susto à mistura devido a uma escorregadela maior que as normais num remendo no alcatrão, a estrada que me levaria àquela que é provavelmente a subida mais conhecida de toda a volta a França... o Alpe d'Huez!
Pelas estradas desta região passam, para além de centenas de motos, milhares de bicicletas e não é de estranhar que tenha sido neste troço que mais vi. Foi já na descida que fiz a paragem obrigatória na curva 17, a qual é dedicada ao "nosso" grande Joaquim Agostinho (por estas terras chamam-lhe Joachim, incultos!).
A subida seguinte foi até ao Col de la Croix de Fer e ao Col de Glandon que distam 2,5km um do outro. A subida no sentido Sul-Norte (o que eu fiz) é suave e não aparenta ser complicada, bem ao contrário do sentido inverso o qual é utilizado no tour. Aí sim, a parte final da subida ao Glandon até custa só de olhar...
A última passagem que tinha programada para hoje era o Col de la Madeleine onde aproveitei para descansar um pouco esparramado ao (fabuloso) sol que me acompanhou durante mais este dia!
O único senão do dia foi "voltar à civilização" na zona altamente industrializada entre St. Jean-de-Maurienne  e Modane. Mas como não existe alternativa para quem quer ir fazer (amanhã) o L'iseran, lá teve de ser feita.
No final do dia ainda fui ao Col du Mont Cennis que estava prevista para amanhã, simplificando assim o próximo dia se prevê looooongo e com a chegada do frio suíço.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dia 2 - Beziers / Guillestre - 687km

O dia começou um pouco mais cedo do que seria suposto e, já que já estava acordado, o melhor mesmo era arranjar-me e arrancar porque os primeiros 450km eram outra vez "papar alcatrão".
Finalmente essa parte chegou ao fim e, em vez de me meter logo pelos Alpes acima, deixei-me ir e acabei no Mónaco a dar a volta ao circuito. É mais forte do que eu... :)
A volta ao circuito é como quem diz, porque continua a ser proibido a motos aquele bocadinho ao cimo da subida e antes do casino... e agora até lá está um policia a controlar e tudo!
Após volta completa lá segui até Menton, onde comecei a subir em direcção a Sospel para me atirar ao Col du Turini. Esta estrada é famosa por ser uma das etapas principais do Rally de Monte Carlo devido ao seus ganchos de 180º com barreiras de pedra. Mas é só mesmo por isso e pela vegetação envolvente que vale a pena fazê-lo, porque o (que resta do) alcatrão está uma desgraça! Foi também interessante ver a quantidade de FJRs que estavam no topo... contando com a minha eram 15!...
Daqui segui até Isola por uma estrada fabulosa quer em termos de paisagem - visto ir pelo vale a acompanhar um rio - quer em termos de asfalto e curvas! :)))
É pouco depois de se passar por esta vila típica de montanha que se começa a subir para o Col de Restefond (ou Col de la Bonette) fazendo o que eles aqui chamam de "a estrada mais alta da Europa" atingindo os 2802m de altitude. Os últimos km já são difíceis de fazer devido ao oxigénio rarefeito que faz com que a moto pareça ter apenas uns 20 ou 30 cavalos... Mas vale muito a pena porque aquela paisagem nua e bruta a toda a volta é impressionante!!!
A ultima subida do dia foi ao Col de Vars por uma estrada muito rápida e com bom asfalto. Daí desci até Guillestre onde dei o dia por terminado.
Só espero que o tempo nos próximos dias esteja exactamente igual ao de ontem e hoje, estupendo!...
E por hoje chega. Estou aqui com uns problemas para colocar fotos, mas assim que conseguir disponibilizo-as!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Dia 1 - Lisboa / Beziers - 1536km

Começou a viagem!
E não podia ter começado de melhor maneira. Hoje esteve, para mim, um dia perfeito para andar de moto. Pouco vento, bastante sol e temperatura entre os 15 e os 25graus durante todo o dia.
O único senão foi mesmo a hora a que tive de acordar... 5:30 da madrugada e já tinha o despertador a mandar-me levantar.
Arrancar assim tão cedo traz algumas vantagens... não se apanha trânsito... vê-se o nascer do sol a rolar de moto, que é simplesmente fabuloso... chega-se às 9 e pouco da manhã a Espanha... passa-se a fronteira para França pouco depois da hora de almoço... e ainda dá para conseguir ver o mediterrâneo logo antes de ser noite.
Foi uma viagem igual a tantas outras tirando uma portagem automática no Sul de França que resolveu armar-se em Robin Hood... Paguei 1,30€ com uma moeda de 2€ e a bela da máquina deu-me 3,70€ de troco!... Tenho de lá voltar!!!
Outra curiosidade foi o simpático do GPS não ter dado com a saída pró hotel... ou melhor, ele até deu com a saída, o problema é que a saída não existia! Malandros dos franceses sempre a roubar as saídas das AEs... Com isto tudo tive de sair 10km mais à frente e resolvi voltar por estrada nacional. Mas era suposto a estrada ser uma estrada e não um caminho rural com os 50m finais em terra batida com lama, sr GPS... É o que eu me farto de dizer, os GPS só servem para uma pessoa se perder com estilo...
E agora vou mas é dormir que amanhã a meio da tarde é que vai começar a brincadeira!!! :D

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Pré-viagem

2011 é ano de ir aos Alpes!!!
Desta feita, ao contrário das minhas anteriores viagens, existiram factores externos à mesma que fizeram com que a decisão de ir tivesse sido deixada para os últimos momentos...
Mas como a vontade é (sempre!) muita, lá se conseguiu arranjar qualquer coisa :)
Numa onda de novidades, decidi tentar manter uma crónica "em directo" da viagem. E como uma novidade nunca vem só, tento também a minha sorte no mundo dos blogs... uiiiiii com a falta de jeito que tenho para escrever, isto vai ser bonito... ;)
Resumindo e baralhando, vou arrancar na 4ªfeira dia 7 - dentro de menos de 30 horas - com uma jornada bem longa para começar em beleza. Objectivo: Bèziers, na costa mediterrânea de França a cerca de 1400km daqui!... O regresso está previsto para 11 dias depois, no domingo dia 18.
Sendo amanhã o último dia antes da viagem, vou aproveitar para arranjar tudo o que irei necessitar (ou então não...) e trocar os sapatos da menina!
Até... França ;)